EXTRAÍDO DO BLOG DO PASTOR ALTAIR GERMANO
www.altairgemano.blogspot.net
QUINTA-FEIRA, 5 DE AGOSTO DE 2010
Segue abaixo, em ordem cronológica, um breve relato dos fatos que desencadearam a introdução e o desenvolvimento da educação teológica formal nas Assembleias de Deus no Brasil.
1935 (Convenção Geral em J. Pessoa-PB) - Foi decidido que a partir de 1936 haveria anualmente três grandes Escolas Bíblicas de Obreiros das Assembleias de Deus no Brasil, sendo uma no Norte, outra no Nordeste e outra no Sul (Sul-Sudeste). A decisão não foi levada adiante, voltando a ser discutida em 1937.
1937 (Convenção Geral em São Paulo-SP) - O missionário Gustav Bergström pediu a criação de uma Escola Bíblica anual, com duração mínima de dois meses, para todos os obreiros do Brasil e aspirantes ao ministério. Foi resolvido diante do pedido, que a Assembleia de Deus no Rio de Janeiro, liderada por Nils Kastberg, realizaria essa primeira Escola Bíblica especial, que deveria durar um mês ou, no mínimo, 15 dias. As igrejas custeariam as passagens despesas dos alunos, que deveriam ser irmãos vocacionados e desejosos de aprender. A proposta foi aprovada por unanimidade.
1943 (4ª Semana Bíblica das Assembleias de Deus no Brasil em São Cristovão-RJ) - Surge os primeiros debates convencionais sobre o ensino teológico formal nas Assembleias de Deus no Brasil, tendo como apresentador do assunto o pastor John Peter Kolenda. Na discussão sobre o assunto, o pastor Paulo Leivas Macalão falou da possibilidade de se criar uma escola bíblica noturna para obreiros, com aulas semanais fixas nos dias em que os obreiros tivessem as noites livres dos cultos principais . Um plano de estudo por correspondência foi também apresentado. O missionário norte-americano Lawrense Olson (foto ao lado) foi mais além, propondo que as Assembleias de Deus no Brasil abrissem institutos bíblicos, escolas teológicas e seminários pelo país. O pastor Paulo Leivas Macalão discordou da proposta do missionário Lawrense Olson, alegando que um investimento desse nível na formação teológica do obreiro poderia causar certa arrogância intelectual e esfriamento espiritual. Um meio termo foi sugerido pelo presidente da mesa, o pastor Samuel Nyström. O pastor John Peter Kolenda, diante do impasse, propôs que a sugestão do pastor Macalão fosse aprovada, e um curso teológico por correspondência fosse implementado, acompanhado de uma lista de livros devidamente selecionados. Na resolução sobre o assunto, o referido curso seria feito por intermédio do jornal Mensageiro da Paz, onde o irmão Samuel Nyström ficaria responsável pelo curso e pelos cooperadores neste novo empreendimento.
1946 (Convenção Geral em Recife-PE) - O pastor John Peter Kolenda (foto ao lado) defende a proposta feita pelo missionário Lawrence Olson na Semana Bíblica de 1946, sobre a abertura de institutos bíblicos das Assembleias de Deus no Brasil. O primeiro deveria ser erguido na zona central do Brasil. O pastor Samuel Nyström falou da possibilidade destes espaços não serem propriamente formadores de obreiros, mas, que iniciassem os irmãos no desenvolvimento ministerial. O missionário Virgil Smith fez uma proposta onde, com base na grande necessidade de institutos bíblicos no Brasil, e pelo interesse demonstrado pelo assunto, a Convenção autorizasse o irmão Kolenda a solicitar ofertas nos Estados Unidos para esse projeto, e também a procurar um terreno ou prédio, onde a aquisição da propriedade contasse com a colaboração dos pastores da região. A proposta foi cuidadosamente considerada e aprovada por grande maioria dos votos.
1948 (Convenção Geral em Natal-RN) - Os debates sobre a necessidade do ensino teológico formal e da criação de institutos bíblicos, foi novamente levantado pelo pastor John Peter Kolenda. Leonard Pettersen citou na ocasião Efésios 4.11-16, e resistindo a idéia do ensino teológico formal, aconselhou a não se afastar dos princípios bíblicos na preparação dos obreiros. John Peter Kolenda, na sequência, discordou da interpretação que Pettersen dera ao texto de Efésios citado, e reafirmou a necessidade de se fundar institutos bíblicos no Brasil. Do lado de Pettersen ficou o pastor Eugênio Pires, que afirmou termos uma escola, a de Jesus, que não deveria ser orientada por determinada pessoa. O missionário Gustav Nordlund também foi contrário a proposta de Kolenda, alegando que tal iniciativa poderia comprometer o despertamento e afastar os obreiros dos princípios bíblicos. O pastor Francisco Pereira Lemos se uniu aos opositores, criticando o já existente curso por correspondência e alertando quanto ao perigo do formalismo, já presente em outras denominações. O irmão Kolenda retomou a palavra afirmando que embora "o curso por correspondência não tenha aproveitado alguns, não devemos fazer-lhe injustiça, pois a outros aproveitou". O irmão Kolenda perguntou ainda que perigos haveria na criação de um instituto bíblico. Um das respostas dadas partiu de Leonard Pettersen, explicando que se o instituto fosse criado apartado da igreja, quebraria com isso princípios bíblicos. O pastor José Bezerra defendeu a posição de Kolenda, afirmando "não haver perigo em receber instruções, se o instituto souber aproveitá-las". Teixeira Rego foi outro contrário a criação de institutos bíblicos, advertindo contra o formalismo, aconselhando a permanecer nos moldes antigos. Francisco Pereira reafirmou sua posição, acrescentando que considerava os institutos bíblicos uma fábrica de pregadores. O missionário Nels Nelson também falou, temendo que os institutos promovessem o impedimento do despertamento. Uma posição conciliadora foi mais uma vez apresentada por Samuel Nyström, que entendendo a necessidade de um maior preparo teológico para os obreiros, sugeriu um melhor investimento nas escolas bíblicas de obreiros regionais.
Missionários João Kolenda Lemos e Ruth Doris Kolenda1961 - Quebrando também paradigmas, o missionário N. Lawrence Olson, auxiliado pelo pastor Gilberto Gonçalves Malafaia, fundam em 4 de dezembro de 1961, na cidade do Rio de Janeiro, oIBP (Instituto Bíblico Pentecostal). A primeira turma tinha 90 alunos, dos quais 62 concluíram o curso, participando assim da primeira formatura, em 5 de dezembro de 1964, na Assembleia de Deus da Penha. As aulas funcionavam à noite para pastores, obreiros em geral e jovens. os primeiros professores foram os missionários N. Lawrense Olson e Alice Olson, Gilberto Malafaia, João Farias da Silva, Maria Aparecida, Adalberto Arraes e Antonio Gilberto da Silva. O pastor Antonio Gilberto me relatou, que por ocasião da aceitação do convite para ensinar no IBP, quase foi excluído da igreja onde na época servia.
1966 (Convenção Geral em Santo André-SP) - Nesta convenção foi discutido o apoio ao institutos bíblicos, visto que já funcionavam de forma não oficial o IBAD e o IBP. O pastor João Kolenda Lemos falou sobre a importância e o significado das atividades dos institutos bíblicos, defendo a criação e a manutenção dos mesmos para o aprimoramento da juventude da igreja, e fortalecimento da cultura bíblica e espiritual. O pastor João Pereira de Andrade, manifestando sua insatisfação com a criação dos institutos bíblicos, declarou que o melhor educandário seria o Colégio do Espírito Santo, sugerindo ainda o investimento em ginásios e colégios de educação secular. O pastor Alcebíades Pereira de Vasconcelos defendeu a criação dos institutos bíblicos, desde que na qualidade de escolas bíblicas sistemáticas, sendo contrário à formação de obreiros através desses educandários. Disse ainda que já existia o Instituto Bíblico da Assembleia de Deus no Estado do Pará, afirmando que pelo menos enquanto ele lá estivesse como pastor da igreja, o instituto não seria fechado. O pastor Antônio Petronilo dos Santos alegou que "nestes 55 anos as Assembleias de Deus no Brasil cresceram imensamente sem o concurso dos institutos bíblicos". Devido a existência de outros assuntos tidos por mais urgentes, a discussão foi suspensa e adiada para outros encontros.
1971 (Convenção Geral em Niterói-RJ) - Na sessão da manhã, do dia 20/01, os convencionais apreciaram a proposta do dia, feita pelo pastor Gilberto Malafaia, sobre a criação da Comissão de Educação Religiosa da CGADB. A proposta foi aprovada, e a comissão formada pelos pastores Túlio Barros Ferreira, João Kolenda Lemos, Pedro de Souza Neves, João Pereira de Andrade e Silva, Luiz Bezerra da Costa, Gilberto Gonçalves Malafaia e Nestor Henrique de Mesquista. A função da comissão foi definida no sentido de elaborar um currículo que, depois de lido, discutido e aprovado em plenário, seria adotado pelas escolas bíblicas permanentes e instituições congêneres.
1973 (Convenção Geral em Natal-RN) - Após oito reuniões realizadas entre 1971 e 1973, a Comissão de Educação Religiosa da CGADB apresentou o seu relatório, reconhecendo o Instituto Bíblico das Assembleias de Deus (IBAD), fundado em 1958 pelo pastor João Kolenda Lemos e sua esposa Ruth Doris Lemos. O pastor João Kolenda Lemos agradeceu o trabalho da comissão e disse que o IBAD continuaria à disposição da mesma. Na sequência dos trabalhos, o pastor Alípio da Silva propôs a aclamação na nova Comissão de Educação Religiosa, com a reeleição de todos os membros, exceto o pastor Nestor Henrique Mesquita, substituído pelo pastor Manoel Ferreira.
1975 (Convenção Geral em Santo André-SP) - O pastor João Pereira de Andrade e Silva apresentou o relatório da Comissão de Educação Religiosa, que reconhecia o Instituto Bíblico Pentecostal (IBP), fundado pelo missionário N. Lawrence Olson em 1961.
1979 (Convenção Geral em Porto Alegre-RS) - A Comissão de Educação Religiosa da CGADB apresenta a proposta, que é aprovada por unanimidade, sobre a criação da Escola de Educação Teológica das Assembleias de Deus no Brasil (EETAD), com sede em Campinas-SP. A EETAD ofereceria formação bíblico-teológica, favorecendo os obreiros e leigos das regiões mais distantes dos grandes centros urbanos, que não tinham a oportunidade de frequentar cursos com aulas presenciais. Foi adotado um sistema de educação teológica por extensão. A EETAD foi fundada pelo missionário americano Bernhard Johson.
1983 (Convenção Geral em Vila Velha-ES) - Dentre os requisitos para a consagração de obreiros, a CGADB resolveu recomendar às convenções e ministérios regionais que os candidatos à ordenação ao santo ministério fossem "qualificados teologicamente para o manejo da Palavra".
Atualmente, 60 instituições de ensino teológico das Assembleias de Deus no Brasil estão credenciadas junto ao Conselho de Educação e Cultura da CGADB (CEC).
Uma revisão nas Diretrizes e Bases Normativas do CEC está sendo realizada, ao mesmo tempo em queConferências de Educação Teológica são realizadas em parceria com a Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), dentro das festividades doCentenário.
Espero no Senhor, através desse breve relato histórico, contribuir para a promoção e fortalecimento das instituições de ensino bíblico-teológico das Assembleias de Deus no Brasil, e no resgate da memória daqueles que "pagaram o preço" em meio às incompreensões, perseguições e ameaças, para que hoje chegássemos onde chegamos em termos de oportunidades de estudos e de espaços formais de educação teológica.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
www.eetad.com.br
www.ibad.com.br
www.ibprj.com.br
Pr. Altair Germano - Vice-Presidente do CEC-CGADB
1935 (Convenção Geral em J. Pessoa-PB) - Foi decidido que a partir de 1936 haveria anualmente três grandes Escolas Bíblicas de Obreiros das Assembleias de Deus no Brasil, sendo uma no Norte, outra no Nordeste e outra no Sul (Sul-Sudeste). A decisão não foi levada adiante, voltando a ser discutida em 1937.
1937 (Convenção Geral em São Paulo-SP) - O missionário Gustav Bergström pediu a criação de uma Escola Bíblica anual, com duração mínima de dois meses, para todos os obreiros do Brasil e aspirantes ao ministério. Foi resolvido diante do pedido, que a Assembleia de Deus no Rio de Janeiro, liderada por Nils Kastberg, realizaria essa primeira Escola Bíblica especial, que deveria durar um mês ou, no mínimo, 15 dias. As igrejas custeariam as passagens despesas dos alunos, que deveriam ser irmãos vocacionados e desejosos de aprender. A proposta foi aprovada por unanimidade.
1943 (4ª Semana Bíblica das Assembleias de Deus no Brasil em São Cristovão-RJ) - Surge os primeiros debates convencionais sobre o ensino teológico formal nas Assembleias de Deus no Brasil, tendo como apresentador do assunto o pastor John Peter Kolenda. Na discussão sobre o assunto, o pastor Paulo Leivas Macalão falou da possibilidade de se criar uma escola bíblica noturna para obreiros, com aulas semanais fixas nos dias em que os obreiros tivessem as noites livres dos cultos principais . Um plano de estudo por correspondência foi também apresentado. O missionário norte-americano Lawrense Olson (foto ao lado) foi mais além, propondo que as Assembleias de Deus no Brasil abrissem institutos bíblicos, escolas teológicas e seminários pelo país. O pastor Paulo Leivas Macalão discordou da proposta do missionário Lawrense Olson, alegando que um investimento desse nível na formação teológica do obreiro poderia causar certa arrogância intelectual e esfriamento espiritual. Um meio termo foi sugerido pelo presidente da mesa, o pastor Samuel Nyström. O pastor John Peter Kolenda, diante do impasse, propôs que a sugestão do pastor Macalão fosse aprovada, e um curso teológico por correspondência fosse implementado, acompanhado de uma lista de livros devidamente selecionados. Na resolução sobre o assunto, o referido curso seria feito por intermédio do jornal Mensageiro da Paz, onde o irmão Samuel Nyström ficaria responsável pelo curso e pelos cooperadores neste novo empreendimento.
1946 (Convenção Geral em Recife-PE) - O pastor John Peter Kolenda (foto ao lado) defende a proposta feita pelo missionário Lawrence Olson na Semana Bíblica de 1946, sobre a abertura de institutos bíblicos das Assembleias de Deus no Brasil. O primeiro deveria ser erguido na zona central do Brasil. O pastor Samuel Nyström falou da possibilidade destes espaços não serem propriamente formadores de obreiros, mas, que iniciassem os irmãos no desenvolvimento ministerial. O missionário Virgil Smith fez uma proposta onde, com base na grande necessidade de institutos bíblicos no Brasil, e pelo interesse demonstrado pelo assunto, a Convenção autorizasse o irmão Kolenda a solicitar ofertas nos Estados Unidos para esse projeto, e também a procurar um terreno ou prédio, onde a aquisição da propriedade contasse com a colaboração dos pastores da região. A proposta foi cuidadosamente considerada e aprovada por grande maioria dos votos.
1948 (Convenção Geral em Natal-RN) - Os debates sobre a necessidade do ensino teológico formal e da criação de institutos bíblicos, foi novamente levantado pelo pastor John Peter Kolenda. Leonard Pettersen citou na ocasião Efésios 4.11-16, e resistindo a idéia do ensino teológico formal, aconselhou a não se afastar dos princípios bíblicos na preparação dos obreiros. John Peter Kolenda, na sequência, discordou da interpretação que Pettersen dera ao texto de Efésios citado, e reafirmou a necessidade de se fundar institutos bíblicos no Brasil. Do lado de Pettersen ficou o pastor Eugênio Pires, que afirmou termos uma escola, a de Jesus, que não deveria ser orientada por determinada pessoa. O missionário Gustav Nordlund também foi contrário a proposta de Kolenda, alegando que tal iniciativa poderia comprometer o despertamento e afastar os obreiros dos princípios bíblicos. O pastor Francisco Pereira Lemos se uniu aos opositores, criticando o já existente curso por correspondência e alertando quanto ao perigo do formalismo, já presente em outras denominações. O irmão Kolenda retomou a palavra afirmando que embora "o curso por correspondência não tenha aproveitado alguns, não devemos fazer-lhe injustiça, pois a outros aproveitou". O irmão Kolenda perguntou ainda que perigos haveria na criação de um instituto bíblico. Um das respostas dadas partiu de Leonard Pettersen, explicando que se o instituto fosse criado apartado da igreja, quebraria com isso princípios bíblicos. O pastor José Bezerra defendeu a posição de Kolenda, afirmando "não haver perigo em receber instruções, se o instituto souber aproveitá-las". Teixeira Rego foi outro contrário a criação de institutos bíblicos, advertindo contra o formalismo, aconselhando a permanecer nos moldes antigos. Francisco Pereira reafirmou sua posição, acrescentando que considerava os institutos bíblicos uma fábrica de pregadores. O missionário Nels Nelson também falou, temendo que os institutos promovessem o impedimento do despertamento. Uma posição conciliadora foi mais uma vez apresentada por Samuel Nyström, que entendendo a necessidade de um maior preparo teológico para os obreiros, sugeriu um melhor investimento nas escolas bíblicas de obreiros regionais.
1958 - Os missionários João Kolenda Lemos (sobrinho de J. P. Kolenda) e sua esposa, Ruth Doris Lemos, rompendo a situação adversa e a oposição sobre a criação de institutos bíblicos pelas Assembleias de Deus no Brasil, mesmo correndo o risco de serem desligados, fundam no dia 15 de outubro de 1958, na cidade de Pindamonhangaba-SP, o IBAD (Instituto Bíblico das Assembleias de Deus. O IBAD adotou o regime de aulas presenciais e o regime de internato, com uma grande ênfase missionária. Em 18 de março de 1959 as aulas foram iniciadas.
Missionários João Kolenda Lemos e Ruth Doris Kolenda
1966 (Convenção Geral em Santo André-SP) - Nesta convenção foi discutido o apoio ao institutos bíblicos, visto que já funcionavam de forma não oficial o IBAD e o IBP. O pastor João Kolenda Lemos falou sobre a importância e o significado das atividades dos institutos bíblicos, defendo a criação e a manutenção dos mesmos para o aprimoramento da juventude da igreja, e fortalecimento da cultura bíblica e espiritual. O pastor João Pereira de Andrade, manifestando sua insatisfação com a criação dos institutos bíblicos, declarou que o melhor educandário seria o Colégio do Espírito Santo, sugerindo ainda o investimento em ginásios e colégios de educação secular. O pastor Alcebíades Pereira de Vasconcelos defendeu a criação dos institutos bíblicos, desde que na qualidade de escolas bíblicas sistemáticas, sendo contrário à formação de obreiros através desses educandários. Disse ainda que já existia o Instituto Bíblico da Assembleia de Deus no Estado do Pará, afirmando que pelo menos enquanto ele lá estivesse como pastor da igreja, o instituto não seria fechado. O pastor Antônio Petronilo dos Santos alegou que "nestes 55 anos as Assembleias de Deus no Brasil cresceram imensamente sem o concurso dos institutos bíblicos". Devido a existência de outros assuntos tidos por mais urgentes, a discussão foi suspensa e adiada para outros encontros.
1971 (Convenção Geral em Niterói-RJ) - Na sessão da manhã, do dia 20/01, os convencionais apreciaram a proposta do dia, feita pelo pastor Gilberto Malafaia, sobre a criação da Comissão de Educação Religiosa da CGADB. A proposta foi aprovada, e a comissão formada pelos pastores Túlio Barros Ferreira, João Kolenda Lemos, Pedro de Souza Neves, João Pereira de Andrade e Silva, Luiz Bezerra da Costa, Gilberto Gonçalves Malafaia e Nestor Henrique de Mesquista. A função da comissão foi definida no sentido de elaborar um currículo que, depois de lido, discutido e aprovado em plenário, seria adotado pelas escolas bíblicas permanentes e instituições congêneres.
1973 (Convenção Geral em Natal-RN) - Após oito reuniões realizadas entre 1971 e 1973, a Comissão de Educação Religiosa da CGADB apresentou o seu relatório, reconhecendo o Instituto Bíblico das Assembleias de Deus (IBAD), fundado em 1958 pelo pastor João Kolenda Lemos e sua esposa Ruth Doris Lemos. O pastor João Kolenda Lemos agradeceu o trabalho da comissão e disse que o IBAD continuaria à disposição da mesma. Na sequência dos trabalhos, o pastor Alípio da Silva propôs a aclamação na nova Comissão de Educação Religiosa, com a reeleição de todos os membros, exceto o pastor Nestor Henrique Mesquita, substituído pelo pastor Manoel Ferreira.
1975 (Convenção Geral em Santo André-SP) - O pastor João Pereira de Andrade e Silva apresentou o relatório da Comissão de Educação Religiosa, que reconhecia o Instituto Bíblico Pentecostal (IBP), fundado pelo missionário N. Lawrence Olson em 1961.
1979 (Convenção Geral em Porto Alegre-RS) - A Comissão de Educação Religiosa da CGADB apresenta a proposta, que é aprovada por unanimidade, sobre a criação da Escola de Educação Teológica das Assembleias de Deus no Brasil (EETAD), com sede em Campinas-SP. A EETAD ofereceria formação bíblico-teológica, favorecendo os obreiros e leigos das regiões mais distantes dos grandes centros urbanos, que não tinham a oportunidade de frequentar cursos com aulas presenciais. Foi adotado um sistema de educação teológica por extensão. A EETAD foi fundada pelo missionário americano Bernhard Johson.
1983 (Convenção Geral em Vila Velha-ES) - Dentre os requisitos para a consagração de obreiros, a CGADB resolveu recomendar às convenções e ministérios regionais que os candidatos à ordenação ao santo ministério fossem "qualificados teologicamente para o manejo da Palavra".
Atualmente, 60 instituições de ensino teológico das Assembleias de Deus no Brasil estão credenciadas junto ao Conselho de Educação e Cultura da CGADB (CEC).
Uma revisão nas Diretrizes e Bases Normativas do CEC está sendo realizada, ao mesmo tempo em queConferências de Educação Teológica são realizadas em parceria com a Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), dentro das festividades doCentenário.
Espero no Senhor, através desse breve relato histórico, contribuir para a promoção e fortalecimento das instituições de ensino bíblico-teológico das Assembleias de Deus no Brasil, e no resgate da memória daqueles que "pagaram o preço" em meio às incompreensões, perseguições e ameaças, para que hoje chegássemos onde chegamos em termos de oportunidades de estudos e de espaços formais de educação teológica.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
www.eetad.com.br
www.ibad.com.br
www.ibprj.com.br
Pr. Altair Germano - Vice-Presidente do CEC-CGADB
2 comentários:
Graça e Paz
Meu nome é Edinelson Lopes, sou coordenador de evangelismo do ministério Siga o Mestre, ministério cristão de evangelismo e discipulado, quero lhe parabenizar por seu excelente trabalho de evangelismo atraves deste site e oferecer nosso apoio, lhe encorajando a continuar, afinal esta não é um trabalho que devamos realizar sozinhos.
Quero aproveitar para te convidar a conhecer nosso site, com textos que procuram apresentar o evangelho simples, sem misticismos ou fábulas, apontamos para o cristianismo prático, para o culto racional, como a resposta de Deus para a ardente expectativa dos homens, tanto dos salvos quanto dos que se perdem. Procuramos estabelecer contato com blogs ou sites cristãos, independente de seu tamanho, quantidade de seguidores ou se seu autor é conhecido ou não, o que nos importa é que estejam realmente engajados e preocupados em apontar para a real necessidade de nossas almas: a pessoa de Jesus, o Cristo.
Aguardamos sua importante visita no desejo de podermos lhe abençoar e juntos servirmos ao SENHOR eficazmente através desta ferramenta, a internet.
Forte abraço, em Jesus, o Mestre.
Edinelson Lopes
SIGA O MESTRE
Obs 1: Devido a relevância e importância deste blog (site), passamos a seguí-lo.
Obs 2: Podemos ampliar o alcance de nossos trabalhos na internet, acesse PARCEIROS.
Amado irmão Edinelson Lopes, foi uma honra muito grande receber a sua visita. Estou aberto a parceria e contribuição na área de aparencia e publicação do blog. Visitarei o seu blog sim e como disse quero aprender mais para melhor divulgar o simples e precioso evangelho de Jesus.
Postar um comentário