terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

NÃO TOQUEIS NOS MEUS UNGIDOS

NÃO TOQUEIS NOS MEUS UNGIDOS
POR PR. CIRO SANCHES ZIBORDI
A frase bíblica “Não toqueis nos meus ungidos” (Sl 105.15) tem sido empregada para os mais variados fins. Maus obreiros e falsos profetas se valem dela para ameaçar seus críticos; crentes mal-orientados usam-na para defender certos “ungidos”; e outros ainda a empregam para reforçar a idéia de que não cabe aos servos de Deus julgar ou criticar heresias e práticas antibíblicas.Quando examinamos o contexto da frase acima, vemos que ela está longe de ser uma regra geral.

Uma leitura atenta do Salmo 105 não nos deixa em dúvida: os ungidos mencionados são os patriarcas Abraão, Isaque, Jacó (Israel) e José (vv.9-17). Ademais, o título “ungido do Senhor” refere-se tipicamente, no Antigo Testamento, aos reis de Israel (1 Rs 12.3-5; 24.6-10; 26.9-23; Sl 20.6; Lm 4.20) e aos patriarcas, em geral (1 Cr 16.15-22).Conquanto a frase não encerre um princípio geral, podemos, por analogia, afirmar que Deus, na atualidade, protege os seus ungidos assim como cuidou dos seus servos mencionados no Salmo 105.

Mesmo assim, não devemos presumir que todas as pessoas que se dizem ungidas de fato o sejam. Lembre-se do que o Senhor Jesus disse acerca dos “ungidos”: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21).É claro que a Bíblia apóia e esposa o pensamento de que o Senhor cuida dos seus servos e os protege (1 Pe 5.7; Sl 34.7). Mas isso se aplica aos que verdadeiramente são ungidos, e não aos que parecem, pensam ou dizem sê-lo (Mt 23.25-28; Ap 3.1; 2.20-22). Afinal, “O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade” (2 Tm 2.19).Quando Paulo andou na terra, havia muitos “ungidos” ou que aparentavam ter a unção de Deus (2 Co 11.1-15; Tt 1.1-16).

O imitador de Cristo nunca se impressionou com a aparência deles (Cl 2.18,23). Por isso, afirmou: “E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram” (Gl 2.6).Aparência, popularidade, eloqüência, títulos, status, anos de ministério... Nada disso denota que alguém esteja sob a unção de Deus e imune à contestação à luz da Palavra de Deus.

Muitos enganadores, ao serem questionados quanto às suas pregações e práticas antibíblicas, têm citado a frase em análise, além do episódio em que Davi não quis tocar no desviado rei Saul, que fora ungido pelo Senhor (1 Sm 24.1-6). Mas a atitude de Davi não denota que ele tenha aprovado as más obras daquele monarca.Se alguém, à semelhança de Saul, foi um dia ungido por Deus, não cabe a nós matá-lo espiritualmente, condená-lo ao Inferno. Entretanto, isso não significa que devamos silenciar ou concordar com todos os seus desvios do evangelho (Fp 1.16; Tt 1.10,11).

O próprio Jônatas reconheceu que seu pai turbara a terra; e, por essa razão, descumpriu, acertadamente, as suas ordens (1 Sm 14.24-29).O texto de Salmos 105.15 em nenhum sentido proíbe o juízo de valor, o questionamento, o exame, a crítica, a análise bíblica de ensinamentos e práticas de líderes, pregadores, milagreiros, cantores, etc. Até porque o sentido de “toqueis” e “maltrateis” é exclusivamente quanto à inflição de dano físico.É curioso como certos “ungidos”, ao mesmo tempo que citam o aludido bordão em sua defesa — quando as suas práticas e pregações são questionadas —, partem para o ataque, fazendo todo tipo de ameaças.

O show-man Benny Hinn, por exemplo, verberou: “Vocês estão me atacando no rádio todas as noites — vocês pagarão e suas crianças também. Ouçam isto dos lábios dum servo de Deus. Vocês estão em perigo. Arrependam-se! Ou o Deus Altíssimo moverá sua mão. Não toqueis nos meus ungidos...” (citado em Cristianismo em Crise, CPAD, p.376).Quem são os verdadeiros ungidos, os quais, mesmo não se valendo da frase citada, têm de fato a proteção divina, até que cumpram a sua vontade? São os representantes de Deus que, tendo recebido a unção do Santo (1 Jo 2.20-27), preservam a pureza de caráter e a sã doutrina (Tt 1.7-9; 2.7,8; 2 Co 4.2; 1 Tm 6.3,4).

Quem não passa no teste bíblico do caráter e da doutrina está, sim, sujeito a críticas e questionamentos (1 Tm 4.12,16).Infelizmente, muitos líderes, pregadores, cantores e crentes em geral, considerando-se ungidos ou profetas, escondem-se atrás do bordão em análise e cometem todo tipo de pecado, além de torcerem a Palavra de Deus. Caso não se arrependam, serão réus naquele grande Dia! Os seus fabulosos currículos — “profetizamos”, “expulsamos”, “fizemos” — não os livrarão do juízo (Mt 7.21-23).

Portanto, que jamais aceitemos passivamente as heresias de perdição propagadas por pseudo-ungidos, que insistem em permanecer no erro (At 20.29; 2 Pe 2.1; 1 Tm 1.3,4; 4.16; 2 Tm 1.13,14; Tt 1.9; 2.1). Mas respeitemos os verdadeiros ungidos (Hb 13.17), que amam o Senhor e sua Santa Palavra, os quais são dádivas à sua Igreja (Ef 4.11-16).

Quanto aos que, diante do exposto, preferirem continuar dizendo — presunçosamente e sem nenhuma reflexão — “Não toqueis nos meus ungidos”, dedico-lhes outro enunciado bíblico: “Não ultrapasseis o que está escrito” (1 Co 4.6, ARA). Caso queiram aplicar a si mesmos a primeira frase, que cumpram antes a segunda!Ciro Sanches Zibordi
EXTRAÍDO DO BLOG cirozibordi.blogspot.com

FALSOS PROFETAS



POR PR. CIRO SANCHES ZIBORDI

Em João 14.12 está escrito: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai”. Este versículo é o preferido dos super-pregadores milagreiros e ilusionistas, que se valem da ênfase “obras maiores” para avalizar os seus truques, trapaças, experiências exóticas e antibíblicas, além de fenômenos “extraordinários” que não resistem ao teste da Palavra de Deus (cf. Dt 13.1-4; 2 Ts 2.9; Mt 7.21-23).

Neste artigo faço uma análise exegética de João 14.12, pela qual — fazendo jus ao objetivo da exegese — procuro extrair da aludida passagem o verdadeiro sentido da frase “também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas”. Também aproveito o ensejo para responder aos diversos leitores que me enviaram e-mails pedindo explicações sobre o mencionado versículo. Espero que não se decepcionem com esta análise contundente, mas imparcial e, sobretudo, bíblica.

1) O termo grego meizõn, traduzido por “maiores”, no texto em apreço, literalmente é “coisas maiores”. Já o vocábulo “obras” (gr. ergon) significa: “trabalho”, “ação”, “ato” (VINE. W.E., Dicionário Vine, CPAD, pp.764,827), e não “milagres”, estritamente.

2) É claro que a obra da Igreja de Cristo envolve curas e milagres, como consequência da pregação do evangelho (Mc 16.15-20), mas o termo ergon alude a trabalho ou empreendimento, em sentido amplo (Jo 5.21; Rm 15.18; At 5.38). Daí a versão bíblica inglesa King James (KJV) empregar o vocábulo works, denotando que o termo original diz respeito a trabalho, obras, empreendimento, e não a milagres.

3) Qual foi a obra, o trabalho, de Jesus, ao andar na terra? O texto de Mateus 4.23 responde a essa pergunta: “E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo”. Outra passagem que enfatiza a obra do Senhor é Atos 10.38: “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”.

4) O Senhor Jesus asseverou que o trabalho ou o empreendimento da sua Igreja, representada em João 14 por seus primeiros discípulos, seria maior do que o seu. Mas, em que sentido? “As obras que os discípulos farão depois da partida de Jesus serão maiores do que as de Jesus, não em seu valor intrínseco, ou em sua glória, mas no objetivo. Os discípulos farão obras de Deus numa escala mais ampla, enquanto levam a mensagem da vida eterna ao mundo todo, tanto a gentios como a judeus” (MICHAELS, J. Ramsey, Novo Comentário Bíblico Contemporâneo de João, Editora Vida, p.277).

5) Segue-se que: “As obras ‘maiores’ incluem tanto a conversão de pessoas a Cristo, como a operação de milagres. Este fato é demonstrado nas narrativas de Atos (At 2.41,43; 4.33; 5.12), e na declaração de Jesus em Mc 16.17,18... As obras dos discípulos serão ‘maiores’ em número e em alcance” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.1601).

6) Benny C. Aker — professor do Assemblie of God Theological Seminary, em Springfield, Missouri, Estados Unidos —, referindo-se às tais “obras maiores”, afirmou que elas: “Dizem respeito à quantidade em lugar de qualidade. Jesus fez estas ‘obras’, mas seus seguidores ao longo dos séculos trarão milhões de mais obras para o Pai. É o que eles fazem enquanto aguardam a vinda de Jesus” (Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, CPAD, p.581).

7) Diante do exposto, a passagem em análise não abona fenômenos estranhos, experiências exóticas, invencionices, modismos, sandices, truques, práticas hipnóticas e recursos outros empregados por super-pregadores milagreiros e ilusionistas do nosso tempo. Fiquemos com a Palavra de Deus, haja o que houver (1 Co 4.6; Gl 1.8; 2 Co 11.3,4).

Ciro Sanches Zibordi

(EXTRAÍDO DO BLOG DO PASTOR CIRO SANCHES ZIBORDI)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

AINDA HÁ ESPERANÇA

Por Valdeci do Carmo

Então Secanias, filho de Jeiel, um dos filhos de Elão, tomou a palavra e disse a Esdras: Nós temos transgredido contra o nosso Deus, e casamos com mulheres estrangeiras dentre os povos da terra, mas, no tocante a isto, ainda há esperança para Israel. Agora, pois, façamos aliança com o nosso Deus de que despediremos todas as mulheres, e os que delas são nascidos, conforme ao conselho do meu senhor, e dos que tremem ao mandado do nosso Deus; e faça-se conforme a lei. (Esdras 10.2-3)

A história narrada no livro de Esdras se passa quando o povo judeu havia voltado do cativeiro babilônico. Um grande culto de ensino da palavra foi realizado, e todo o povo atento ao que ea ensinado, tomaram uma decisão espontânea e radical, influenciados apenas pelo efeito da Palavra, nada de palavra de efeito ou jargão evangélico que já estão rotos no meio do povo.

Me propus a escrever este texto simples, porém objetivo. Quero extrair três coisas deste texto, Não irei me prender ao texto e seu contexto histórico.

1º- Ainda há esperança . Sei que muitos já perderam a esperança de que haja mudança no meio evangélico. Os que prezam pelo ensino genuino da Palavra vem sofrendo toda sorte de afrontas. Vituperam palavras esdrúxulas e ainda rotulam os que amam a Bíblia de Teólogos mortos, insensíveis dominados pela "letra". Apesar de ser ciente de tudo isso e muito mais, mesmo convivendo a muito tempo no meio de movimentos estranhos e inovadores eu ainda acredito que há esperança para aqueles que verdadeiramente buscam a Deus. Acedito que o Senhor irá levantar muitos que não continuarão dobrados em seus delitos.
É triste vermos tantas pessoas que para se darem bem usam dos mesmos artificios de engano que condenavam no passado. Fico a pensar em nossa Assembléia de Deus, cujo conselho de doutrina não tem passado de mera figura ilustrativa, pois não tem o poder de agir, podem combater, espernear e até mesmo falar, mas não há quem execute e não há ninguém com coragem de tomar uma decisão mais radical, pois uma posição radical sobre determinados modismos resultaria em muitos prejuízo. A geração que não conheceu a Deus de fato e nem o que a Bíblia ensina sobre esse Deus e sobre o plano traçado para a igreja continua sendo enganada a cada dia.

São muitos os que usam de engano para se darem bem, para se autopromoverem no meio do povo evangélico. Recentemente está em muito uso a ordem para que os crentes estiquem os braços com os dedos das mãos entrelaçados e quem não conseguir soltar os dedos após uma oração ou voz de comando precisa de uma oração especial, confessar pecado ou dar algum dinheiro pra "obra". é uma mercantilização daquilo que é sagrado. Mas no tocante a isso tudo eu creio que há esperança. Há esperança pra igreja, há esperança para o genuíno evangelho pois ele mesmo é que nos dá esperança. Almejo que um dia essas barbáries no seio da igreja acabe. Tenho esperança que os líderes se despertem para a verdade bíblica de que a nossa esperança não se consiste nesta vida e nem nas bênçãos terrenas, mas sim no que está escrito em colossenses 3.1-3. Tenho esperança de que ao lerem essas linhas não me julguem um desviado ou algo parecido. Enfim eu creio em meu redentor e nele eu me apego a cada dia.

2º A palavra de Deus foi ensinada. Não pode haver mudança na vida de niguém se a palavra não for ensinada...ensinar é um imperativo divino. Infelizmente a Bíblia tem sumido de nossos púlpitos dando lugar a tantos animadores de auditório e muitos aventureiros que se enveradam pelo ministério sem terem a devida orientação para o ofício. Os apóstolos não tinham outa preocupação a não ser de pregar a Palavra e conduzir almas a Cristo. O que mudou a vida dos remanescentes de judá foi a santa e preciosa palavra de Deus. A palavra precisa ter primazia em nossas vidas e em nosso ministério. A igreja necessita a cada culto ouvir a pura e genuína palavra.

3º Mudança de atitudes. O verdadeiro avivamento vindo através da palavra promove mudanças na vida do ouvinte. Quem realmente foi avivado pela Palavra, tem a sua vida transformada e uma nova atitude. É inconcebível vermos os avivamentos mecânicos que acontecem nos dias de hoje e crermos na idéia de que tudo provém de Deus. Não há mudança no caráter, no viver diário, em nada presenciamos mudanças que realmente denotem uma transformação oriunda da Palavra. O verdadeiro avivamento leva os envolvidos a desejarem uma vida mais santa, uma vida mais consagrada ao Senhor e um viver em humildade diante dos outros. Avivamento que traz apenas alvoroço recheado de palavras de efeito e autosugestionamento emocional e hipnótico não é avivamento. Lembrem-se sempre de ver os frutos que acompanham tais avivadores e avivados. Vejo tanta gente pulando, e caindo na unção do cai cai, unção do riso e das profecias e em nenhum momento mostra frutos de alguém que realmente está arrependido dos seus pecados. o que vejo nesses avivadores e avivados é um verdadeiro culto ao eu, um antropocentrismos desenfreado.
Termino acrescentando que o verdadeiro avivamento leva a mudanças de atitudes. Não há avivamento se não houver mudança na forma de viver.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A LETRA MATA?

A letra mata?
A marginalização do estudo teológico
Por Elvis Brassaroto Aleixo

Deus existe? Quem é Deus? Onde Deus está? Para onde vou após a morte? Existe céu? Existe inferno? Devo crer na Bíblia como Palavra de Deus?Todos os cristãos que algum dia já se detiveram na reflexão destas simples, mas inquietantes interrogações, experimentaram, ainda que inconscientemente, momentos de meditações teológicas, pois a teologia é uma matéria importante e inerente a todos os crentes que, de forma inevitável, contemplam os mistérios da vida e as revelações divinas. Neste sentido estrito, podemos afirmar que todos os membros das nossas igrejas são teólogos, mesmo que ignorem ou até abdiquem desta condição. Se mergulharmos ainda um pouco mais no assunto, e num sentido mais amplo que o acima mencionado, poderíamos dizer que todo indivíduo de bom senso, que possua um conceito formalizado acerca de um ser divino superior, independente de seu credo, é um teólogo. Cada religião possui a sua “teologia”.Definindo o termoMas, afinal, o que é teologia cristã?Na perspectiva da teologia acadêmica e histórica, uma resposta objetiva e clássica seria: “fé em busca de entendimento”. Orientados por este significado, perceberemos que o genuíno desígnio da teologia acadêmica não deve ser o exame da Bíblia, de forma indiscriminada e leviana, para construir doutrinas que justifiquem uma crença. Muito pelo contrário, o teólogo cristão deve utilizar a teologia para compreender melhor aquilo que previamente expressa o texto bíblico, a despeito das suas crenças.Os assassinos da letraNão obstante a todas estas ponderações, não é difícil encontrar opositores do estudo teológico entre os mais diversos grupos religiosos. Em verdade, esse comportamento é peculiar em muitos deles. Entretanto e lastimavelmente, isso é constatado também no seio da igreja evangélica.Geralmente, o texto áureo e justificativo desse posicionamento encontra-se nas conhecidas palavras do apóstolo Paulo, que dizem: “O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica” (2Co 3.6; grifo do autor). Eis aí a questão que lança os fundamentos para a hostilidade de alguns em relação ao estudo teológico.Pois bem, se o apóstolo Paulo declara que a letra mata, então este fato é conclusivo. O que alguns precisam descobrir é quem de fato é essa “assassina”.O que nos move a ressaltar este ponto é o fato de que essa “tal letra”, mencionada pelo apóstolo, tem sido alvo de distorções, prejudicando o desenvolvimento do ensino na igreja. É verdade que essa objeção ao estudo teológico é defendida por cristãos sinceros, mas que deliberaram marginalizar o estudo teológico acreditando ser uma atitude louvada pela Bíblia.É curioso e contraditório, ao mesmo tempo. Mas o fato é que essa tal “letra que mata” vem tendo seu verdadeiro sentido também assassinado por alguns que a tentam interpretar. São aqueles a quem podemos chamar de “os assassinos da letra”. Se você, porventura, se identifica como um dos tais, por favor, não se ofenda! A verdade é que essa repulsa tem no mínimo duas razões para existir. Proponho refletir um pouco mais sobre estas duas questões e depois retornamos ao “homicídio espiritual causado pela letra”, o qual supostamente Paulo teria apregoado.A marginalização da teologiaQuais seriam os fatores que cultivam esta marginalização?Antes de qualquer palavra, é fundamental esclarecer que não é nossa finalidade aqui censurar a devoção autêntica de nossos irmãos. A sinceridade de sua fé não está em discussão. Até porque, um dos fatores que mais ajudam a alimentar a rejeição da teologia encontra raízes nos próprios teólogos.Conversando com uma missionária, algum tempo atrás, fui interpelado com uma questão que, de certa forma, reflete o julgamento de muitos membros de igrejas em relação à teologia. Ela questionava por que os teólogos são tão apáticos em sua piedade e testemunho cristão. Não quero aqui entrar em méritos, como, por exemplo, discutir essa generalização injusta ou o que está escondido atrás do conceito de apatia. Todavia, e inegavelmente, não se exige muitos esforços para identificar comportamentos teológicos que instigam a rejeição da teologia. Esse estereótipo pejorativo parece ser preservado por alguns poucos teólogos, mas acabam por macular toda a classe. O orgulho intelectual, a racionalização vazia, as conjeturas e especulações são tidos como alguns frutos nocivos da teologia. E se torna mais grave ainda quando tais frutos são vindos de pessoas que conhecem as Escrituras e que por isso deveriam proceder totalmente ao contrário.Contudo, em detrimento deste comportamento que, sabemos, não atinge os teólogos comprometidos com a Palavra de Deus, existem ainda outras objeções alicerçadas no desconhecimento bíblico. Logicamente, é muito mais confortável escolher os mitos e as lendas do que cultivar uma fé racional, pois esta vai exigir uma atitude trabalhosa em busca do conhecimento, enquanto que aquelas conservam os fiéis na inércia, fazendo-os concordar, sem qualquer exercício mental, com tudo o que ouvem. Como disse o grande teólogo Agostinho: “Deus não espera que submetamos nossa fé sem o uso da razão, mas os próprios limites de nossa razão fazem da fé uma necessidade”. Eis aqui o matrimônio entre a fé e a razão!Outro fator a ser considerado é que o estudo teológico é marginalizado porque ele incomoda, é inconveniente. É como se fosse uma pedra no sapato dos manipuladores da Bíblia. Quanto menos conhecimento as pessoas possuírem, mais facilmente serão controladas. É um comportamento assumido pelas seitas, nas quais o líder se encarrega de pensar pelos adeptos e implanta um método sutil de controle total.Enquanto a teologia se opor aos modismos e ventos de doutrinas que não coadunam com a Palavras de Deus e que levam muitos crentes à fantasias místicas e subjetivas que beiram à heresias, ela continuará sendo menosprezada.A letra mata?Retomando a questão, mas respeitando seu contexto bíblico, alertamos que a letra a que Paulo se referiu não pode ser identificada como sendo o estudo (conhecimento) teológico. Até porque o apóstolo era um dos doutores da igreja (At 13.1) e jamais poderia pensar assim. Acreditamos que são dispensáveis aqui quaisquer comentários sobre a erudição e a aplicação de Paulo aos estudos. Isso é uma prova cabal dos benefícios da educação teológica!Acerca de Coríntios 2.6, Paulo estava falando sobre a superioridade da nova aliança sobre a antiga. A morte causada pela letra realmente é espiritual, porém, é bom salientar que se trata de uma alusão ao código escrito da lei mosaica. A lei mata porque demanda obediência irrestrita, mas não proporciona poder para isso. É representada pelas tábuas de pedra (3.3). Por outro lado, o espírito vivifica porque escreve a lei de Deus em nossos corações, trazendo-nos a vida em medida muito maior do que realizava sob a antiga aliança. É representado pelas tábuas da carne (3.3). Portanto, como podemos ver, o texto comentado não fundamenta, em qualquer instância, a rejeição aos estudos teológicos.Por que teologia?Os teólogos leigos, ainda que inconscientemente, se beneficiam da educação teológica. Criticam o estudo teológico, mas lançam mão dele. Todo o legado doutrinário que usufruímos hoje foi preservado por causa do zelo impetrado pelos teólogos que formalizaram a fé por meio de credos, confissões e outras obras. As doutrinas cristãs sobreviveram ao tempo porque o Espírito Santo se encarregou de inspirar e levantar teólogos comprometidos com a fé! O estudo da teologia é um instrumento indispensável para o saudável desenvolvimento da Igreja. Todos nós precisamos da teologia!Os teólogos leigos deveriam reconhecer o auxílio que recebem dos teólogos acadêmicos e as duas classes representadas, de mãos dadas, deveriam seguir o conselho de Pedro, um teólogo que não possuía a erudição de Paulo, mas que conseguiu equacionar a questão ordenando o crescimento na graça e no conhecimento, concomitantemente (2Pe 3.18).Dessa forma, o evangelho sairá ganhando e cada membro da igreja estará no seu posto, lapidando o aperfeiçoamento dos santos, para a edificação do corpo de Cristo, segundo o ministério que lhe for confiado por Deus (Ef 4.11,12).Sobretudo, e finalmente, nosso desejo e oração é para que consigamos aplicar a teologia à nossa vida. Se fracassarmos neste intento, a teologia não será mais que mera futilidade.Que o Senhor nos guie ao genuíno conhecimento de suas revelações, pelo seu amor e para a sua glória!

EXTRAIDO DA REVISTA DEFESA DA FÉ, EDIÇÃO DE Nº 63

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

JESUS O GRANDE EU SOU

JESUS, O GRANDE EU SOU
Por Valdeci do Carmo
Quando Jesus estava dizendo aos seus discípulo que "Antes que Abraão existisse, eu sou". Os legalistas, amantes da lei pegaram em pedras para lhe apedrejarem, porque eles entendiam perfeitamente que esta expressão "Eu Sou" estava identificando Jesus com O Pai celestial. A mesma expressão usada em Êx. 3.14. Esse título revela auto-existência. Uma identifação plena de Jesus com o eterno pai, em outras palavras, era o mesmo que afirmar autosu-ficiência, imutabilidade, eternidade.

Em outra passagem (Jo 6.35) Jesus afirma ser o pão da vida. Este alimento é mencionado mais de 360 vezes na Palavra Sagrada, e refere-se ao símbolo de alimentação. Mas o que Jesus tinha em mente é mostrar que o pão comido no deserto serviu para saciar a fome temporária, pois todos morreram, enquanto que Jesus sacia a fome espiritual de cada ser humano e uma vez saciada conduzirá a vida eterna.

"Eu sou a Luz do mundo"(Jo 9.5) Sem a luz não haveria a possibilidade de se existir a vida na forma como conhecemos. A luz é essencialmente vital a todos os tipos de vida. Isso nos mostra que Jesus é a luz e sem Ele não existe vida espiritual, pois sem a luz de Cristo brilhando em nossos corações ainda continuariamos em trevas espirituais. A vinda de Cristo á terra foi anunciada como uma grande luz que raiou em trevas.(Mt 4.16; Is 9.1,2; 42.7). Da mesma forma a Igreja através de Cristo é a luz que reflete as verdades celestiais nessa terra. A igreja como organismo tem de refletir através de seus membros a luz divina em todos os aspectos de nossa existência terrena. Que tipo de luz estamos sendo? Ou nossa luz já perdeu o brilho de influenciar para o bem a muito tempo? vamos refletir sobre o que eu estou conseguinto transmitir aos que estão à minha volta no dia a dia. Será que eu estou separado sistema mundano para que Cristo brilhe em minha vida a ponto de causa um desejo de mudança na vida de muitos que andam em trevas espirituais?

Eu Sou a porta das ovelhas (Jo 10.7) Não existem várias portas, só há uma porta. Ele é a porta para os que precisam entrar no aprisco do Senhor, Ele é a porta para a ovelha que se desgarrou e hoje sofrida vive em trevas espirituais. Nenhum líder religioso, seja do passado, presente ou no futuro poderá ser a porta para os que desejam entrar. Há muitos que se portam como se fossem a própria porta que conduz ao céu, e ficam criando caminhos diferentes para se entrar pela porta que eles também criaram. Cristo é a porta viva que nos conduz à vida eterna. Não existe outra porta.

Eu sou a Videira verdadeira (Jo 15.1). Na simbologia bíblica Israel é represetada constantemente como oliveira, figueira e videira. Assim como a videira tem os seus ramos, Jesus também tem os seus que são não somente os judeus, mas todo aquele que crê em Jesus como salvador, todo aquele que vive em comunhão com o Senhor está ligado nele. Jesus estava dizendo, olha não adianta vcs serem o povo da promessa, o povo escollhido pra receber a Lei, se não estiverem ligados em mim, jamais terão vida eterna. Assim é até o momento presente, não adianta ter credenciais elevadas, e possuir filiação a renomadas convenções ou ser membro de uma importante igreja. Se não estivermos ligados em Jesus nada mais tem importância.

"Eu sou o Alfa e o Ômega" (Ap. 1.6) Essas são a primeira e a última letra do alfabeto grego, e denotam um sentido de continuidade entre os judeus. Aplicado a Jesus esse princípio fica bem explícito que Jesus estava falando de Sua divindade. Ele é o princípio e o fim da criação. O princípio e o fim da história. Cristo é o princípio e o fim da igreja e da raça humana. Cristo é o centro de toda a Bíblia Sagrada. Jesus é o Senhor não tenhamos dúvida disse e tudo o que existe é por causa dEle.

Para os que estavam sem esperança Jesus sempre teve uma palavra de consolo. Os que não tinham um caminho pra seguir Ele disse "Eu Sou o caminho", para quem buscava a verdade Ele pode dizer que é a Verdade. A Bíblia nos diz que Ele é o mesmo hoje e eternamente e continua tendo uma palavra para o coração cansado. ELE É O GRANDE EU SOU e sem ele não podemos ter vida em nós mesmos.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

ONDE ESTÃO OS SETE MIL?

ONDE ESTÃO OS SETE MIL QUE NÃO SE DOBRARAM A BAAL?

Como todos já devem ter percebido eu não sou um hábil escritor, mas me atrevo a manter um blog, um pouco mais pobre do que o Alerta Final do meu amigo Ministro do Evangelho Geziel e também não é tão rico quanto o melhor de todos aqui do nosso mato grosso, que é o do Pb Valmir Nascimento que mantém o blog ensinodominical. Estou dizendo isso com sinceridade e desejo aos que estiverem lendo este blog, para não deixarem de acessar os que mencionei. Além de outros é claro.

Voltando ao tema que me propus a escrever. Encontramos na Bíblia que Deus disse a Elias quando este estava em estado depressivo por causa das intensas perseguições e por sua integridade diante de Deus. Elias era genuino proclamava a verdade do Senhor num contexto apóstata e opressor. Foi lhe dito que pelo próprio Senhor que existiam sete mil que não havia se dobrado a Baal.

Obviamente não podemos ignorar que este era um fato verídico e pronunciado pelo pai celestial, todavia eu me ponho no direito de pensar e fazer uma indagação. Onde etavam os sete mil, quando Elias enfrentou sozinho os quatrocentos profetas de Baal? Onde estavam os sete mil quando Elias estava depressivo em uma caverna? Com certeza não estavam com ele. Com excessão de Obadias que teve a coragem de esconder 100 profetas e tratar a pão e água, vindo mais tarde a falecer e deixando uma viúva individada que foi milagrosamente poupada de ver os filhos sendo levados pelos credores para serem escravos ao receber por intermédio do profeta Eliseu uma multiplicação de azeite, exceto o referido Obadias não encontramos registro de manifetações contrárias ao sistema opressor.

Será que eles se encontravam com medo de tocarem nos "ungidos do Senhor"? Ou será que não queriam desestruturar o sistema e nem a vida que levavam? O que sabemos na verdade é que eles permanceram anônimos. O mesmo acontece hoje. Os modismos e heresias estão roubando a nossa identidade, e os guardas de Israel continuam a dormir, sem a menor percepção do perigo, apenas algumas vozes se levantam e são ligeiramente sufocadas pelo sistema que domina a instituição.

Não adianta dizer que não concorda com a extravagância antibiblica e não tomar uma posição diante de Deus e da igreja. Eu me pergunto onde estão os sete mil que não se dobraram..Talvez muitos deles estejam no anonimato e outros estão por ai com medo de perderem os benefícios conseguidos tão duramente.

Não adianta ser um dos sete mil e não fazer nada..Não adianta dizer que não concorda com esse ou aquele modismo, se não tiver disposição e coragem de lutar contra a correnteza opressora, é pior do que o incrédulo. Precisamos bradar aos ouvidos do povo a necessidade de um retorno aos princípios.

É preciso bradar em alta voz o que dizia Jeremias,"perguntai pelas veredas antigas". Que veredas estamos trilhando hoje? Estamos cada vez mais nos distanciando do verdadeiro propósito do evangelho. O abuso e a manipulação coletiva cresce de forma galopante. Nossa liturgia está sendo modificada e elementos estranhos estão entrando. As pessoas já não vem mais a igreja para terem um encontro com o Senhor, elas adentram os templos apenas para receberem uma mensagem de autoajuda e para receberem os benefícios prometidos. Onde estão os bereanos? Os Jeremias? Os Sete Mil?
Que Deus abençoe a todos indistintamente.

Por VALDECI DO CARMO
MINISTRO DO EVANGELHO



A ÍNDIA QUE A GLOBO NÃO MOSTRA

É PROIBIDO PENSAR II

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

UM SONHO

Eu tenho um sonho...

Postado por Gutierres Siqueira



Os pastores Altair Germano e Ciro Zibordi expressaram em seus respectivos blogs o desejo para o futuro da Assembléia de Deus. Como assembleiano faço o mesmo nesse espaço, pois também tenho sonhos para a minha denominação. Talvez muitos classificariam esses sonhos como uma utopia, mas como sonhar não é pecado e nem engorda... Nessas condições podemos sonhar e olhar para a realidade!

Eu tenho um sonho...

01. Sonho com uma Assembléia de Deus sem brigas internas, entre ministérios e pastores de diferentes campos.
02. Sonho com uma Assembléia de Deus que não institucionalize o legalismo e chame isso de “bons costumes”. Que não torne absoluto aquilo que é relativo e nem coloque as tradições no patamar de doutrinas.
03. Sonho com uma Assembléia de Deus que não discrimine os teólogos, que não tenha ojeriza pelos eruditos e nem exalte a ignorância.
04. Sonho com uma Assembléia de Deus que desfrute dos dons espirituais e não produza “aviltamentos” artificiais denominados de “reteté” ou “fogo”.
05. Sonho com uma Assembléia de Deus que ame missões, mas não produza “congressos missionários” onde o personalismo e as heresias fazem festa.
06. Sonho com uma Assembléia de Deus que resgate o seu congregacionalismo original e jogue fora todo caciquismo e coronelismo.
07. Sonho com uma Assembléia de Deus onde “pastores” não são ordenados com propósitos políticos, mas sim por genuína vocação.
08. Sonho com uma Assembléia de Deus onde os modismos não têm espaço. Modismos como: gedozismo, Bênção de Toronto, cair no espírito, adoração extravagante, triunfalismo, confissão positiva, batalha espiritual etc.
09. Sonho com uma Assembléia de Deus que valorize músicas que realmente adoram a Deus e não se alimente com os ditos “hinos” de fogo ou “pentecostais”, onde há abundância de humanismo e equívocos doutrinários.
10. Sonho com uma Assembléia de Deus que valorize a interação com outras denominações genuinamente evangélico-protestantes, livre de exclusivos e ultra-denominacionalismo.
11. Sonho com uma Assembléia de Deus onde os pastores alimentam o seu rebanho, dedicando com esmero no estudo da Palavra.
12. Sonho com uma Assembléia de Deus verdadeiramente avivada, onde a oração, comunhão, doutrina e evangelização sejam elementos normais e não excepcionais.
13. Sonho com uma Assembléia de Deus que tenha visibilidade pelos exemplos e não por escândalos.

GUTIERRES É EDITOR DO BLOG http://teologiapentecostal.blogspot.com

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

É PROIBIDO PENSAR

REFLEXÃO

UMA PEQUENA REFLEXÃO SOBRE O NOSSO CONTEXTO RELIGIOSO
Por valdeci do Carmo


Tem dias na vida que nos propomos a pensar sobre o contexto geral da igreja evangélica. Digo igreja no sentido de corpo de Cristo, noiva do cordeiro. A Bíblia deixa bem claro que esse aglomerado de pessoas salvas e libertas pelo sangue de Cristo irá herdar a vida eterna. Sabemos também que dentro deste ajuntamento de pessoas de todas as línguas da terra existe uma igreja santa e sem mácula, um remanescente entre os apóstatas.

Me ponho a pensar na situação real em que se encontra as organizações visíveis que abrigam este remanescente. Li muitos livros que tratam do problema, como Evangélicos em Crise, Super Crentes, Cristianismo em Crise e um outro nada ortodoxo " O Sistema Igreja Prostitua", que trata de uma crítica severa ao institucionalismo religioso. Muitas coisas eu sou obrigado a concordar porém, a igreja invisivel existe e se expressa dentro de uma igreja institucional. Pensando assim, eu não posso extinguir o funcionalismo institucional dessas organizações pois são expressões visíveis do Evangelho que pregamos através de suas denominações.

Voltando ao ponto que me levou a escrever esta reflexão, reconheco a minha total limitação na arte de me expressar através da escrita, eu quero propor uma volta aos nossos princípios. Olha como muita coisa tem mudado, algumas mudanças para melhor sem dúvida.

Conheci pessoas que foram tirados de seus cargos e até mesmos desligados da igreja por causa de um simples aparelho de rádio, e dentro deste contexto não faltavam profetas com "revelações divinas" que condenavam o aparelho no entanto, o rádio hoje é usado por todos abertamente. Houve proibições diversas no tocante a bicicletas a uso de presilhas nos cabelos e mais um monte de coisas que não convém nem mencionar.

No atual contexto fala-se muito sobre a TV e não se chega a nenhum acordo..a era da tv está passando estamos entrando em uma era totalmente mais evoluida, temos a internet onde se pode ver o que passa na tv e o que a tv não mostra. A era digital está ai pra revolucionar a historia da televisão, temos monitores que servem como tvs, celulares onde muitos podem assistir a programação que quiserem, sendo de recepção analógica não tem nenhum custo, e mesmo assim olhando os erros cometidos no passado e vendo patentemente a evolução tecnológica a nossa frente, muitos ignoram esta verdade e continuam com a mentalidade do "proibir".

Para benefício próprio ninguém se opõe ao uso de carros modernos, microfones de última geração, celuares com câmeras e muitas outras utilidades que o homem moderno "necessita". Tudo isso fica guardado dentro de mim, e observo o comportamento da instituição. Temos hoje uma liturgia modificada e a cada dia sofrendo inovações, o alicerce doutrinário existe somente no credo, pois na prática tem sido modificado. Inovações vem surgindo a cada dia, unção do cai cai, unção do riso, confissão positiva com ênfase na saúde total e na prosperidade financeira. Pregadores cobrando de 4 a 10.000 para fazerem uma "apresentação". vejo uma massa manipulável que já não tem um norte pra seguir encontra-se presa em suas próprias ambições, instigadas por manipuladores hábeis que conseguem hipnotizar a platéia com palavras de efeitos e outros artifícios nada convencionais aos alicerces doutrinários.

Poucas são as vozes que bradam o voltar para as veredas antigas. Há um imenso insentivo em vir a igreja buscar e receber algo, ao invés de vir para adorar, prestar suas homenagens, gratidão por tudo quanto o Senhor é em nossas vidas. A mensagem da cruz foi substituida, não se fala mais no sangue de Cristo, no arrebatamento, na expectativa do juízo divino, o que vale mesmo é pregar uma auto-ajuda mesquinha ao invés de uma ajuda do alto. Profetas verberam palavras de afrontas aos "bereanos" que de bom grado insistem em estudar as Escrituras, decretam bênçãos e prosperidade para muitos em troca de um simples desafio de fé, esse desafio constitue em fazer oferendas monetárias para se receber a tão almejada bênção. Torcem a palavra de Deus, fazendo uma eixegese dos textos por desconhecerem a verdadeita exegese bíblica, muitos oram por tudo o que é doença,mas não tem coragem de orar por paralíticos, cegos e outras portadores de doenças visíveis que ficam à espera de que algo aconteça.

Vivemos um emaranhado de doutrinas estranhas, veiculadas por homens amantes de si mesmos,pois o que visam é o alto lucro que o evangelho pregado irá lhes render, e o pior é que pessoas que detém o poder não pode fazer mais nada, porque se o joio for retirado o trigo sai junto, ou seja, se parar com isso e desligar os expoentes desses modismos, muitos crentes sairão da igreja e uma nova igreja irá surgir. É triste sermos nominalmente os pentecostais clássicos, pois vivemos importando inovações e modismos dos neopentecostais.

Eu ainda creio na mensagem Cristocêntrica, onde o centro não é o homem mas sim Jesus. Acredito ainda no poder da Palavra divina, a mensagem da Cruz tem que ser pregada, as veredas antigas precisam ser anunciadas, o ser tem que valer mais do que o ter, as revelações que se opõe às verdades bíblicas precisam ser reprimidas, o homem precisa aprender que ele é servo, barro e nada mais do que isso, é o momento dos 7 mil que não se dobraram começar a fazer alguma coisa, precisam sair da caverna e propagar que Cristo salva, liberta, cura, batiza com Espírito Santo e nos leva para o céu. É hora de bradar contra o antropocentrismo reinante na igreja, deturpando a nossa hinologia, os nossos púlpitos.

Sou apenas um anônimo se expressando da forma que posso.
Que Deus abençoe a todos

domingo, 1 de fevereiro de 2009

É PROIBIDO PENSAR

http://br.youtube.com/watch?v=87ubQOyrtZQ

OURIEL DE JESUS

Radiografando Ouriel de Jesus e a World Revival Church Autor : Artigo enviado por email. Publicado em : Sábado, 08/09/2007

Muito se tem falado de Ouriel de Jesus, notadamente depois de alguns problemas envolvendo a igreja que dirige em Somerville e a polêmica de um livro lançado recentemente, coisas que continuam repercutindo por aqui e também no Brasil. Mas quem é afinal de contas Ouriel de Jesus? Conversamos com várias pessoas, buscando juntar informações que fechassem um "perfil' do personagem em questão e o que obtivemos cremos ser o que de mais completo se publicou até então sobre o polêmico pastor.

As credenciais do líder

Basta uma olhada no resumo biográfico que encontramos no site oficial da World Revival Church, totalmente "inchado" para poder elevar o simplório homem procedente do Paraná à categoria de personalidade, para se ter uma idéia de suas pretensões. Está registrado lá: Ouriel de Jesus, presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus de Língua Portuguesa nos Estados Unidos; presidente mundial da W. O. E. M (World Organizations of Evangelical Ministers); presidente da Missões e Evangelismo Mundial Cristo Vencedor; presidente do Centro Teológico de Boston; professor de teologia; doutor em divindade pelo Christian Center of Oklahoma e American Bible College; comendador condecorado com a Ordem do Rio Branco; conferencista internacional; missionário brasileiro trabalhando nos Estados Unidos da América desde 1985; fundador do Ministério de Boston, hoje com dezenas de igrejas espalhadas pelos Estados Unidos e diversos países do mundo.

Oriel - o homem

Ouriel de Jesus ou pastor Ouriel é este homem amado por alguns, criticado por muitos, mas o certo é que nosso protagonista segue seu rumo. "Muito se tem falado sobre Ouriel de Jesus ultimamente, mas muitos falam sem conhecê-lo. Alguns mostram saber alguma coisa, mas poucos sabem o que realmente se passa com esse polêmico pastor. Considero que os dias em que vivi perto dele me mostraram alguma coisa de sua personalidade, do jeitão simples de caboclo interiorano do Paraná, de sua pessoa tranqüila, de sua forma gentil em tratar seus amigos nas partidas de 'ping-pong' em sua casa. Mas às vezes também um sujeito calado que entra num lugar e mal cumprimenta quem esta ali, reação esta que provoca indignação entre os que a vivenciam.
Ouriel faz o tipo pulso firme, demonstra que tem tudo no seu controle, mas às vezes parece que não tem tanto controle assim. Toma decisões sozinho, não costuma consultar ninguém para grandes projetos, fala que tudo é direção divina. Será mesmo?", afirma certa pessoa que conviveu por muito tempo próximo a esse pastor.

Projetos ambiciosos

A começar pela biografia apresentada no site de sua igreja, Ouriel se mostra nada modesto, tem como objetivo o mundo, usa com facilidade a palavra "World" para seus projetos. Agora para quem saiu há bem pouco tempo do anonimato, temos que admitir que foi bem longe. Mesmo sem falar e entender o inglês, conquistou uma posição elevada e invejada, tanto para brasileiros nos Estados Unidos quanto para os que estão no Brasil. Uma coisa todos admitem, Ouriel é um grande empreendedor, pois nesses anos na América desenvolveu um grande ministério, comprou e alugou muitos templos, consagrou muita gente, quase todos eles, como ele próprio, oriundos do anonimato, da simplicidade. Todos esses "obreiros"são provenientes do Brasil sem "lenço e sem documento", aceitando qualquer coisa. Uma posição de pastor de congregação, com salários pagos pontualmente à cada semana, era algo irrecusável. Nos cultos semanais de obreiros, Ouriel sempre exigiu a presença de todos na sede em Somerville e assim foi formando um pequeno exército de fiéis homens e consta que no ápice de sua igreja chegou a ter uma entrada financeira de em média 40 mil dólares por semana, contando a sede e as congregações. Essas cifras jamais chegaram a ser disponibilizadas aos membros, jamais levadas ao conhecimento do restante do ministério, coisa que Ouriel sempre controlou sozinho.

Tendo um sobrinho como tesoureiro, sua filha na direção dos negócios da organização "OJ", como está grafado em alguns produtos que vem lançando no mercado, como livros, brinquedos supostamente educativos, cd's e fitas de vídeo, Ouriel vem desenvolvendo um império religioso/comercial, tendo à frente a família. O nome "OJ" foi recentemente mudado para "Cristo Vencedor", vindo logo em seguida o título "World Revival Church Assembly of God", seguido do sub-título "A Igreja do Avivamento Mundial". Assim vem Ouriel de Jesus, sempre criativo, mudando seus planos, criando novos projetos, procurando um lugar ao sol, de preferência onde todos o vejam. Considera-se um super dotado espiritual, dono de uma intimidade maior com Deus. Visita constantemente o Paraíso e gosta muito de usar a frase "pagar um preço". Ouriel costuma fazer coisas como jejuar por 30 dias, de preferência anunciando isso de forma que todos saibam disso. Num desses lances de piedade exibicionista ele escreveu um livro sobre seus jejuns, como se tivesse sido ele o primeiro homem do mundo a fazê-lo. Alem de escrever o livro ainda colocou sua foto nele para mostrar a debilidade conseqüente dos dias de sua abstenção alimentar.

Prestígio a qualquer custo

Sempre jogou com fatores que pudessem guindá-lo a uma posição onde estivesse sozinho. Certa feita orou pra que não nevasse tanto num determinado inverno. Para glória dele aquele inverno foi fraco de neve, acertou mais uma vez e passou a ser respeitado pelo fato. Quem se levantará contra tal homem? Segue então Ouriel em sua cruzada anti-neve, como se o fenômeno natural "neve" fosse uma manifestação de uma certa "imperfeição" de Deus que esquadrinhou o tempo. Uma espécie de "erro" de Deus. Mas no ambiente criado na World Revival Church não existe espaço para comentários contrários ao que afirma o líder, não há espaço nenhum para contestações, ao contrario existe sim um clima de super devoção a Ouriel de Jesus. Ele é chamado de "Daddy", uma palavra tomada do inglês, com sentido carinhoso, usada para se referir ao "pai" da World Revival Church, que vale no púlpito ou fora dele. Pregadores de renome no Brasil que passaram e passam pela World Revival Church, como Marcos Feliciano, Cláudio Gama, Lanna Holder e outros "profissionais da Palavra" logo aprenderam esta palavrinha do inglês e sempre usam para identificar Ouriel.

Há dois anos passados Ouriel tentou a sorte novamente. Orou pra que não nevasse naquele ano, fato registrado em fita de vídeo. Desta vez não teve tanta sorte assim porque nevou e nevou muito.
Em todos esses anos de pastor presidente das igrejas de língua portuguesa nos Estados Unidos Ouriel criou muitos amigos e também inimigos. Um número considerável de "falsos" amigos também sem dúvidas. Pastores que estiveram lado a lado com ele por um tempo, mostraram-se depois não serem tão amigos assim e o abandonaram.

Exibicionismo

Ouriel, fez portanto, amigos e inimigos, mas para fazer "amigos", sempre dispôs do fator econômico. Com a supervalorização do dólar frente ao real nem foi preciso muito esforço para isso. Uma oferta para um pastor aqui, para outro ali e conseguiu prestígio e respeito também fora de Boston. Mantêm como obreiros na sede de Somerville algumas "personalidades evangélicas" do Brasil que para uns já estavam em fim de carreira, mas para Ouriel continuam sendo muito úteis, principalmente para traduzir profundas e seladas revelações vindas dos céus, um exemplo é o pastor Geziel Gomes.
Para quem conhece hermenêutica ou simplesmente gosta de ouvir uma boa pregação Ouriel simplesmente não serve como pregador, dadas suas muito conhecidas limitações num púlpito, mas mesmo assim para ele não foi difícil chegar a ser pregador no maior congresso missionário anual dos evangélicos no Brasil, o conhecido Gideões Missionários. Ouriel usa e abusa de chavões, frases feitas, coisas do tipo: "Aleluia de rachar as costas", "quando cheguei aqui minha mala era um saco e a fechadura era um nó". Berrando muito e fazendo uso de tais citações, calçado com muito dinheiro, Ouriel vai levando no grito todo mundo e para não desagradar o chefe a corte toda cai no riso quando ele repete suas gracinhas, como se fosse a primeira vez que ouvem tal coisa.

Uma unção particular?

Outra marca de Ouriel de Jesus e da World Revival Church é seus membros caírem no chão durante os cultos. Basta Ouriel olhar, fazer determinados gestos acompanhados dos tradicionais "reeceeeba!" e "vaaai!" que ninguém fica em pé. Cair nos cultos da World Revival Church é um ato positivo pra quem quer dizer que gostou da pregação. Ele costuma prolongar o "show" por horas, depois dos cultos ou mesmo nas reuniões de oração durante a semana, entregando seu paletó, o microfone que acabou de usar, as chaves de seu carrão de milhares de dólares e outras coisas pessoais aos circunstantes, que ao primeiro toque se atiram no chão como que fulminados fossem por um raio de poder que emana do chefe e "contamina" tudo o que ele toca. Como um Midas espiritual, Ouriel tem o toque mágico da unção, uma unção especial que ele se arroga ser dono, coisa que os circunstantes autenticam, se atirando ao chão ou fazendo caretas quando tocam algum instrumento tocado anteriormente por Ouriel. Um desses jovens circunstantes nos segredou que fazia parte do grupo do "cai cai", dizendo que nunca sentiu nada diferente que o fizesse cair mas caía porque todo mundo caía e foi assim que arrumou até um empreguinho na igreja. "Ele costumava chamar a gente quando recebia a visita de algum pastor e queria impressionar. Nos entregava alguma coisa e a gente empacotava no chão. Quem era bobo de não cair?", acrescenta o jovem.

Deslizes teológicos

Despreparo teológico é outra marca conhecida de Ouriel. Certa feita anunciou que estava escrevendo uma nova versão para a Bíblia porque havia encontrado erros na tradução de Almeida e precisava corrigi-los. Ao ser questionado por uma comitiva de pastores de Santa Catarina quais eram esses erros, ele responde: "Muitos, a começar pelo Evangelho de João que diz: "No princípio ERA o verbo, e o verbo ERA Deus, e o Verbo ESTAVA com Deus. Isso tá errado, mudarei o tempo do verbo ERA, que está no passado para o presente", disse.
Ao terminar sua colocação, um dos pastores levantou-se, pediu a palavra e humildemente deu uma aula de Grego, provando para Ouriel a sua fraqueza teológica e que a Bíblia estava correta ao se referir assim, no passado, a Jesus Cristo. Parece que ele acatou o ensino, nunca mais voltou a falar, ao menos em público, sobre sua possível versão bíblica. Em outra discussão com pastores, sobre o livro de Apocalipse, deu uma versão de ficção científica para os gafanhotos descritos no livro, dizendo tratar-se de helicópteros, mísseis e máquinas modernas de guerra. Os circunstantes, conhecedores da visão teológica/escatológica sobre o livro de Apocalipse, gelaram, mas se calaram para não contrariar o chefe. Um deles se levantou e contrariou o chefe, mostrando o que aprendeu com a teologia praticada nas Assembléias de Deus, para espanto dos outros. Consta que Ouriel passou a pressionar nos bastidores tal pastor, que acabou se mudando para outra região.
Falsa modéstia também sempre foi uma das marcas de Ouriel. Certa feita, em reunião com seus obreiros, um deles comentou: "Pastor, acabei de ler na Internet que o Papa se reuniu em Roma com os principais líderes religiosos do mundo. Entre eles o chefe europeu mulçumano, o chefe da Igreja Anglicana, o patriarca da Igreja Ortodoxa Grega e outros importantes líderes". Esperando do chefe um comentário com fundo teológico, talvez escatológico ou no mínimo inteligente, ele simplesmente diz: "Bobagem, esses caras não são líderes religiosos coisa nenhuma. Teria sido uma reunião com líderes de verdade se o Papa tivesse se reunido com Ouriel de Boston, fulano de tal de Springfield, ciclano de tal de New York…". Quem convive com Ouriel sabe com que facilidade ele sai com coisas desse tipo.

Complicações na justiça

Ouriel foi convidado a ser membro do Conselho de Cidadãos Brasileiros da Nova Inglaterra, um conselho criado e presidido pelo Consulado Brasileiro de Boston. Foi durante sua permanência como membro do Conselho que foi condecorado com o título de comendador da Ordem do Rio Branco, uma homenagem dada a brasileiros que se destacam representando seu país ou exercendo algum tipo de liderança no exterior. Ouriel foi condecorado muito mais pelo número de pessoas que faziam parte de sua igreja que propriamente por qualquer coisa que tivesse feito pela comunidade. No Conselho Ouriel apenas fez número. Costumava chegar mudo e sair calado das reuniões, mostrando total apatia ou falta de interesse por tudo que era discutido. Até que finalmente por iniciativa própria deixou o Conselho. Mas mesmo a condecoração recebida certamente que não lhe seria conferida nos dias de hoje, visto ter tido seu nome e o de sua igreja ligado a diversas irregularidades na legalização em massa de membros de sua igreja, através do advogado Javier Lopera da Flórida. Os processos de legalização começavam a ser montados dentro da World Revival Church, eram enviados a Lopera que os "esquentava" ainda mais, legalizando um grande número de membros da igreja como se pastores fossem. A prática deu certo por muito tempo e ainda hoje muita gente se sente de certa forma em débito com Ouriel e a igreja por ter sido legalizado através do esquema Lopera. Mas a coisa desabou quando Lopera foi preso e condenado na Flórida por falsificação de assinaturas e documentos para orientar processos de legalização.

A lei de imigração é clara, legaliza a qualquer tempo ministros religiosos que provem ter formação em teologia, que sejam credenciados por um ministério e que vivam às expensas da igreja, ordem ou grupo religioso. Mas muito documento foi montado, fabricado e esquentado para que "house cleaners", pintores de paredes e trabalhadores braçais virassem pastores, com diplomas em teologia, música ou outra atividade afim, com histórico de ministério e com salários pagos pela igreja. A prisão de Lopera levou os olhos do FBI para a igreja da Washington Street em Somerville. Desde então Ouriel tem feito muito esforço para se mostrar "limpo", como encabeçar uma campanha de recolhimento de cartas/assinatura em apoio a um projeto de legalização e constantes viagens a Washington, onde faz sempre questão de aparecer posando para fotografias ao lado de autoridades e personalidades. Sempre acompanhado pelo fiel escudeiro Roberto Vieira, espécie de lacaio disfarçado de jornalista, que edita textos mal produzidos e truncados com muita foto para enaltecer o chefe nas páginas do mensário Mensageiro Cristão, órgão impresso oficial da igreja. Mas mesmo com todo esse esforço em provar o contrário, sabe-se que Ouriel e a World Revival Church continuam sob investigação e há inclusive boatos de uma prisão de Ouriel por agentes do FBI.

Sobre o incidente das legalizações, chegou-se inclusive a "sacrificar" um pastor de uma filial da World Revival Church em outro estado. Ato do tipo "boi de piranha" para que o dito pastor levasse as culpas das montagens e falsificações e assim defender o chefe, alegando-se que ele não tinha conhecimentos do que estava ocorrendo.
Outra coisa nebulosa nos negócios de Ouriel e da World Revival Church é a questão financeira. Ouriel nos últimos anos investiu pesado no Brasil. Comprou canal de televisão e montou loja e empresa de representações. Muito dinheiro foi transferido dos Estados Unidos para o Brasil, coisa que ninguém nunca saberá a quantia exata, inclusive contrariando as leis dos Estados Unidos que proíbem transferência de valores sem registros.

A questão da expansão a nível mundial também foi um projeto audacioso de Ouriel que escolheu a dedo alguns países para abrir filiais de sua igreja o "Ministério de Boston" como chamam. Foram escolhidos países como Canadá, Inglaterra, Japão e Austrália, todos países com algo em comum; economias fortes, moedas estáveis e lugares para onde se rumou levas e levas de imigrantes brasileiros nos últimos anos. A World Revival Church tem como objetivo apenas os imigrantes brasileiros e não os povos locais. Assim ficou de fora dos objetivos missionários da World Revival Church o miserável continente africano, por exemplo, lugar preferido por todos os apaixonados por verdadeiras missões a nível mundial.

Nunca se viu um conselho fiscal na administração da World Revival Church, todas as decisões, no que se refere a finanças principalmente, partem do comando de Ouriel somente. Seguindo o exemplo de outros movimentos religiosos que já causaram muita polêmica e escândalos financeiros, como a Igreja Universal do Reino de Deus, a Renascer em Cristo e muitas outras, Ouriel é inflexível não apenas na direção eclesiástica, na direção administrativa como também no trato com a grana. Tendo como tesoureiro um sobrinho e outros parentes em pontos chaves da administração, controla tudo. Em poucas palavras: Oriel é autoritário e centralizador.

Numa dessas tomadas de decisão sem consultar nem ouvir ninguém, alugou um prédio desocupado perto do templo em Somerville para transformá-lo em igreja. Só depois da documentação assinada, através de um contrato de leasing de sete anos, com direito a anúncio com pompa e estardalhaço na primeira pagina de seu jornal Mensageiro Cristão, é que foi consultar a prefeitura. Veio então a triste notícia, o prédio que havia sido construído para depósito de papel não comportava o peso se ocupado fosse por gente. O projeto de um templo para cinco mil pessoas pedia uma reformulação na estrutura do prédio desde sua fundação. Tudo isso para se pensar em começar a obra propriamente dita. Assim já se passaram dois anos, perto de 2 milhões de dólares já foram enterrados no projeto, sem contar com o aluguel mensal de mais de trinta mil dólares, sem que o prédio tenha sido usado ainda. Pelo andar da carruagem a obra vai se alongar por muito mais tempo, um verdadeiro elefante branco na contra-mão. A decisão expansionista de Ouriel foi tomada no calor, na empolgação, nos tempos em que somente coisas boas eram faladas à respeito da maior igreja brasileira em Boston e o crescimento era algo que dava segurança para qualquer projeto.

Hoje, numa breve avaliação, se nota que o crescimento dos últimos cinco anos transformou o estilo de vida do simples interiorano paranaense e sua família. A casa em que moravam na cidade de Somerville ficou pequena e simples demais. Ouriel precisou construir um verdadeiro palácio numa região milionária de Boston, cidade por nome Saugus, e para corresponder com o estilo de vida tipo "novos ricos" a frota familiar de carros luxuosos foi também renovada e aumentada. Com tudo correndo muito bem a organização World Revival Church/Cristo Vencedor lançou no mercado brasileiro, a nível nacional, a cantora Elaine de Jesus, seu marido Alexandre Silva e a mais nova das filhas, Suelen de Jesus, também cantora. Todos alavancados com muito dinheiro, bons compositores, bons maestros e arranjadores. Verba gorda para colocá-los nos principais eventos evangélicos, para tocar nas principais rádios evangélicas a música que vem de Boston ungida a muito dólar foi uma fórmula que só podia dar certo.

Boston tem sido um atrativo para brasileiros que vêm para trabalhar nos Estados Unidos. Resultado disso revistas famosas como Época, Veja, Isto É e mesmo a Rede Globo costumam trazer reportagens de capa ou especiais mostrando o grande número de "conversões" de brasileiros na América. Uma dessas revistas chamou a World Revival Church de "O fenômeno religioso que fez milhares de brasileiros que jamais haviam entrado em uma igreja evangélica no Brasil se converterem para o evangelho na América". Sendo que numa dessas matérias fala-se de um poderoso líder religioso local, Ouriel de Jesus, coisa que faz bem ao seu ego extravagante e alimenta ainda mais suas pretensões mundiais. Quanto ao fato das conversões o que se anunciou nessas matérias não corresponde à verdade, pois os membros das igrejas evangélicas locais são em sua quase totalidade pessoas que já faziam parte do movimento evangélico no Brasil e se procuraram uma igreja evangélica aqui é porque já freqüentavam uma lá.

Mas o esperto Ouriel faz questão de capitalizar, citando estatísticas como se tudo fosse realmente conversão em massa.
Mas o bom astral de Ouriel vem declinando. Como se não bastassem os problemas que já existiam por uma disputa de liderança dentro do Distrito de Língua Portuguesa entre Ouriel e pastores ligados à Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, os últimos meses foram muito problemáticos para ele, notadamente à partir do lançamento do polêmico livro "O Triunfo Eterno da Igreja", fruto de supostas revelações divinas, com direito a visita ao Céu juntamente com outros seis componentes de um grupo chamado de "O Grupo Dos Sete". Ouriel jura que leram no Céu, num lugar chamado de "Sala das Escrituras", um livro selado, coisa que traduziram em português para os comuns mortais, que jamais teriam acesso a tudo isso se não fosse o nível espiritual elevado dele e do grupo.

Mas basta se ter uma formação evangélica básica, algum conhecimento bíblico para ver no livro produzido por Ouriel e seu grupo coisas absurdas desde a primeira página. Algumas asseverações chegam a ser infantis, outras beiram as raias do absurdo. Diz ele que ao lerem o livro selado numa sala chamada "Sala das Escrituras" (não procure isso na Bíblia que não irá encontrar) havia uma luz que permanecia vermelha enquanto liam os textos. Algumas partes levaram horas para serem traduzidas e somente quando havia exatidão na tradução é que esta luz se tornava verde, dando sinal que estava concluído aquele capítulo.

O polêmico livro: O Triunfo Eterno da Igreja

As reações contra o livro foram muitas. Não faltaram comentários escritos na Internet, em jornais e revistas especializados para contestar a obra supostamente revelada a Ouriel. Periódicos renomados, como o Mensageiro da Paz da CPAD por exemplo, não pouparam artigos contestando e condenando o livro. O Conselho das Assembléias de Deus dos Estados Unidos desligou Ouriel, seus pastores, tirou dele o direito de usar o nome Assembléia de Deus, alem de extinguir o Distrito de Língua Portuguesa do qual Ouriel era presidente. Tudo isso pelo que aquele Conselho chamou de "aberração doutrinária", atitude esta seguida também pela Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil.
Diante das atitudes do Conselho Americano, da Convenção Geral, a Convenção das Assembléias de Deus no Paraná marcou reunião para também tratar do assunto Ouriel/TEI. Muito rapidamente Ouriel se mandou para uma viagem ao Paraná onde ficou por vários dias articulando com sua base aliada de pastores visando influenciar a decisão da assembléia da convenção. Consta que cobriu em dólar um rombo no caixa da FACEL, uma faculdade de teologia controlada pelos pastores do Paraná, visando "comprar" favores para não ser também desligado naquela convenção. Os conchavos deram certo e Ouriel saiu de lá ainda como membro daquela convenção.

De volta a Boston Ouriel não só continua a propagar o malfadado livro quanto seu órgão oficial "Mensageiro Cristão" ostenta em primeira página que a Convenção do Paraná havia "reparado um erro" cometido pela Convenção Geral, sendo que o próprio presidente da CGADB havia lhe pedido perdão durante o encontro no Paraná.
Ouriel segue a máxima de que enquanto ataca não é atacado e passou a usar o púlpito para mandar mensagens agressivas a todos que elegia como "inimigos da obra de Deus". Os cultos na World Revival Church que já eram estardalhaçosos passaram simplesmente a fazer parte de um esforço de Ouriel e daqueles que o apóiam mais de perto para mostrar aos de fora que o chefe "tá com tudo e não tá prosa". Para isso as "manifestações espirituais" típicas da WRC e que autenticam a super espiritualidade de Ouriel, foram ainda mais destacadas. Num desses cultos ele lança um desafio, já que os cultos da WRC são transmitidos para o Brasil e para o mundo via TV e Internet, a quem não estava acreditando nas manifestações que acontecem em Boston. E num lance de exibicionismo desenfreado ordenou que se desligasse as luzes do púlpito. Foi uma atrapalhação geral até alguém acertar quais eram os interruptores corretos. Ouriel quase perdeu a paciência, reclamou algumas vezes, orientou como deveriam fazer, até que finalmente conseguiram o que ele queria. Com as luzes de cima apagadas, os refletores de iluminação de vídeo projetaram uma sombra dele no chão, o circo estava montado. Ouriel ordena a quem estivesse doente que passasse pela sua sombra e dispara: "O mesmo poder que estava com a sombra de Pedro está comigo também". As pessoas passavam e claro, caíam estateladas no chão.

Ouriel sempre fez coisas engraçadas e curiosas nas liturgias de seus cultos em Somerville. São mocinhas pré-adolescentes no púlpito, usando vestimentas que imitam anjos, que se prostram viradas para a parede como se estivessem vendo um ser angelical ou espiritual alí mesmo. Uma cadeira foi deixada vazia por algum tempo durante os cultos. Diziam ser para o Mestre se assentar. Mas alvo das críticas ferrenhas de um conhecido pregador do Rio de Janeiro a cadeira foi logo abolida da liturgia avivalista.

A estranha unção do cai, cai...

Mais curioso ainda foi a entrega do livro para a equipe ministerial, numa noite de lançamento do mesmo. Ele jurou que o livro possuía poderes e quem tocasse nele não se agüentaria em pé devido ao tamanho poder. O primeiro exemplar foi entregue à sua esposa, que firme e sorridente segura o livro, orgulhosa ao lado do marido. Logo depois começa o festival de cai-cai. Obreiros velhos e novos caindo ao tocar no livro que pegavam das mãos do líder máximo. Com alguns ele achava engraçado e ria muito, como se aquilo fosse uma pegadinha, algo hilário. A platéia pacientemente olhava o "show' de obreiros se atirando pra trás, alguns claro dando uma rápida olhada antes de cair, evitando assim se esborrachar sobre uma cadeira ou outro objeto. O interessante é que dois ou três pastores, incluindo seu irmão e também pastor Divoncir de Jesus, pegaram o livro normalmente sem cair no chão. Em seguida vem o séquito de adolescentes e pós-adolescentes que ele fez pastores e continua o festival de quedas.

O incidente do lançamento do livro, quando uns caiam e outros não, pegou mal e os comentários, as insinuações começaram. "Será que o TEI dá umas falhadas de vez em quando?", perguntou alguém.
Diante dos comentários e insinuações, perguntou-se a Ouriel porque as pessoas caiam ao tocar no TEI e não caiam ao tocar na Bíblia. Seria o livro mais "poderoso" então que a própria Bíblia? Parecia que finalmente Ouriel havia sido colocado em xeque, mas enganou-se quem pensou assim. Ouriel mostrou-se capaz de qualquer artifício, qualquer subterfúgio para manter a posição a qual ele mesmo se colocou, de super dotado espiritual. Para se sair da situação das quedas provocadas pelo livro TEI, Ouriel inventou o "filtro". Isso mesmo, um filtro imaginário que segundo sua versão envolve a Bíblia. "Vejam bem, a Bíblia tem um 'filtro' e é por isso que as pessoas tocam nela e não caem. Já o TEI não tem este filtro e então as pessoas não suportam o poder que emana dele e caem no chão", diz Ouriel, coisa que para qualquer pessoa equilibrada soou como uma das maiores tolices já ditas referindo-se sobre coisas espirituais. Mas Ouriel não se dobra e disposto a provar que a história do filtro procedia, monta novamente o circo. Ouriel ora a Deus para que retire o filtro da Bíblia e a entrega a algumas pessoas, que arriam-se no chão como coqueiros sem as raízes. Ele mesmo diz que quando uma pessoa toca a Bíblia sem o filtro ou o TEI, recebe logo uma carga tão grande de poder que não se agüenta nas pernas e o melhor lugar para esses é o chão. Mas para que ninguém duvide, ele anuncia a um grupo de meninas adolescentes da coreografia: "Vou tirar o filtro, agora recebam!!" Todas caem. "Agora vou colocar o filtro e ninguém vai cair". As meninas obedientes ao chefe seguram tranqüilas o "amarelinho poderoso" sem cair.
Em suma é isto que está acontecendo com esta igreja brasileira nos EUA. No Brasil algumas igrejas da Assembléia de Deus já foram contaminadas pela teologia de Oriel e estão indo no mesmo caminho. É lamentável ver que tais pessoas posem ainda como "homens de Deus", levando muitos neófitos à heresia. Essa é a conseqüência e o fim daqueles que desprezando o ensino doutrinário da Palavra de Deus preferindo se enveredar pelo submundo espiritual das revelações.
Fica aqui a advertência e o alerta para que outras igrejas não caiam no mesmo erro.

Paulo Almeida é o nome fictício do internauta que nos enviou este artigo. Atualmente mora nos EUA.

Ps. Algumas pessoas ainda ligadas ou que foram por algum tempo ligadas à World Revival Church e ao pastor Ouriel contribuíram para a produção deste texto. Respeitando a vontade de todas elas em manter-se anônimas não citaremos seus nomes




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