domingo, 17 de maio de 2009

JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ

POR VALDECI DO CARMO

“Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4).
A respeito de salvação pela fé, redigirei uma síntese mostrando o que entendo sobre o assunto.
Paulo deixou bem claro que a lei serviu de tutor de aio para nos levar a Cristo. Isto está bem claro em Gálatas 3.24-26. Se formos agora de Cristo não estamos debaixo da lei, ela foi um instrumento necessário para que revelasse a incapacidade do homem em poder ser justificado.

Podemos afirmar que a lei teve o seu cumprimento em Cristo, pois o único que a cumpriu na íntegra foi Ele. Agora eu tenho a justificação através da fé naquele que foi enviado pelo Senhor para que todo o que crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
Entendo com isso que o Senhor Jesus não estava menosprezando a lei, mas estava dando uma outra conotação à mesma, afirmando que todos os rituais prescritos na lei, algo sempre figurativo, e as demais ordenanças têm o seu cumprimento pleno no amor.

Compreendo que a lei teve um papel pedagógico, um verdadeiro guia e instrutor para nos mostrar o caminho que é Cristo. Nesse caso não tem valor salvívico.
A própria lei mostra que Cristo viria. Todo o Antigo Testamento, ou Escritura judaica aponta para o Messias que haveria de vir no tempo certo, na plenitude dos tempos conforme Gálatas 4. 4-5 .

O judaísmo reconhece simplesmente uma aliança. Nós cristãos identificamos as duas como sendo uma extensão da outra, portanto nenhuma pode existir sozinha.
Entendo que o caráter divino da lei, serviu para o propósito de mostrar a incapacidade humana em cumpri-la, sendo a mesma cumprida unicamente na pessoa de Jesus Cristo.

Por outro lado devemos compreender que a lei foi dada aos judeus, para os estruturarem como nação eleita. Esta verdade jamais poderá ser anulada. Acredito que existe um propósito embutido na lei relacionado a nação Israelita que ainda continua de pé, valendo para a coletividade israelita e não como indivíduos, pois de forma individual cada judeu é um ser dependente da fé em Cristo para obtenção de salvação.
Está escrito em Gálatas capítulos 3 e 4 que a justificação nunca foi pelas obras da lei e sim pela fé.

Entendo claramente que o ministério da lei nunca teve o poder de promover vida, mas morte. Basta olharmos no passado quando a mesma foi promulgada que veremos três mil almas mortas enquanto que na nova Aliança ocorreu o fenômeno de conversão de quase três mil almas.
Acredito que de maneira nenhuma Paulo estivesse desprezando a lei de suas primeiras convicções, mas estava estabelecendo conexão entre o antigo pacto e o novo que foi selado com preço de sangue. O que Paulo sugere ao longo de suas epístolas é que tudo o que existe na lei, era ilustrativo, simbólico. O real cumprimento está na pessoa de Cristo.

A própria Escritura sagrada estabelece desde os tempos antigos que o justo encontra via somente através da fé. Isto foi visto em Habacuc e também em Abraão que encontrou justificação pela fé, corroborando assim com a teologia paulina de uma nova aliança mediante a fé e não pela fracassada tentativa de ser justificado pelo rigor da velha Aliança advinda da lei.
Como eu tentei mostrar, não existe a possibilidade de desassociar uma da outra. A velha aliança nos leva a nova que por sua vez está ligada à antiga. Digo ligada não no sentido de dependência inferior, mas através de uma relação de princípios mútuos estabelecidos por ambas.
Podemos observar que a lei apontava para Cristo. Assim sendo a antiga aliança mostra a necessidade da fé em Cristo enquanto a nova aliança demonstra ter surgido do advento anterior e por isso é consequentemente o resultado da existência da primeira, nesse caso servindo de cumprimento dos projetos de antemão estabelecidos pelo eterno Deus.

Valdeci do Carmo